terça-feira, 22 de junho de 2010

Entre Aspas VIII

[TEATRO MÁGICO I]

 

Sintaxe à Vontade

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
A partir de sempre
Toda cura pertence a nós
Toda resposta e dúvida
Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto e indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
E estar entre vírgulas pode ser aposto
E eu aposto o oposto que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Um sujeito e sua oração
Sua pressa e sua verdade,sua fé
Que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para nossa oração
Separados ou adjuntos, nominais ou não
Façamos parte do contexto da crônica
E de todas as capas de edição especial
Sejamos também o anúncio da contra-capa
Mas ser a capa e ser contra-capa
É a beleza da contradição
É negar a si mesmo
E negar a si mesmo
Pode ser também encontrar-se com Deus
Com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
Cada um possa se encontrar no outro
Até porque
Tem horas que a gente se pergunta:
Por que é que não se junta
tudo numa coisa só?

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