domingo, 30 de maio de 2010

DO LIVRO [II]...

Naquele dia eu olhei para fora, vi o Sol no céu e disse: “Boa noite estrela bonita” e fui dormir entre sorrisos.

DO LIVRO...

- A propósito, sou Tay e percebo que devo contar o que aconteceu, porque uma história como essa parece só existir em filmes, aqueles de comédia romântica que eu sempre sonhei viver, mas nunca acreditei que realmente fosse. Estou vivendo. E é muito melhor do que eu imaginava-

Da luz...

[ELA]

 Os dias passavam e a escuridão tomava conta de cada cômodo
 Todas as coisas tinham o cheiro dele
 Todos os cheiros que não eram dele, faziam lembrá-lo de alguma forma
 A luz do Sol entrando pela persiana fechada lembrava o brilho que o olhar dele trazia
 Era melhor a escuridão
 Era melhor o cheiro de mofo que aos poucos empesteava o lugar
 Aquela ainda era a mesma casa
 Aquelas ainda eram as mesmas paredes, os mesmos móveis
 Resolveu esconder-se em seus pensamentos
 Mas ela ainda era a MESMA “ELA”
 E aqueles ainda eram seus pensamentos
 E ele ainda estava mais presente nas lembranças dela que em sua vida
 Ela achou que ele não voltaria
 Já não achava sequer que sorrisse quando se encontrassem
 E pra dizer a verdade, nem imaginava que de fato se encontrassem novamente
 Mas no fundo ainda desejava aquele sorriso
 Viveu de esperanças escondidas atrás de um falso semblante
 Um dia ele mandou um sinal

[ELE]

 Os dias passavam e a sala parecia vazia
 O cheiro dela não saía da sua pele
 Quando ele tentava esquecê-la, seu perfume lhe voltava à mente e lá estava ela novamente
 Talvez fosse melhor encontrar outras pessoas
 Nenhuma teria o sorriso dela
 O verdadeiro sorriso,que ele sabia, apenas ele lhe arrancava
 Ele esperava aquele sorriso quando se encontrassem
 Imaginava que jamais se encontrariam, ela não abria mais as janelas
 Ele não entendia
 Gostava de lembrar do brilho que o olhar dela luzia
 Provavelmente ela não correspondia
 Jurou para si mesmo que não sentiria a falta dela
 Ele sentiu.
 Durante a madrugada, antes da luz do Sol, mandou-lhe um sinal e esperou
.

 Chegou a hora de abrir as janelas!

Dedicado à Thailini

 Ela corria.
 Corria como se o mundo fosse acabar nos próximos segundos
 As flores miravam o brilho estranho em seu olhar
 Uma lágrima caiu e lambeu uma rosa.
 Ela parou.
 Olhou aquela gota solitária escorrendo pela pétala amarela
 Sentiu que vinha brotando outra lágrima e retornou à sua corrida desabalada.
 Quando chegou à escada que beirava aquela porta velha, desgastada e corroída pelo tempo deixou que as lágrimas escorressem fartas
 Observava as gotas caírem no chão empoeirado à sua frente
 Chorou por horas
 Quando finalmente conseguiu parar,respirou fundo
 Começou a observar a velha porta, com a tinta arranhada e descascada
 Passou os dedos pelas ranhuras
 Havia alguns buracos e seus dedos se demoravam mais neles
 Ela observava com atenção cada pedacinho da velha porta
 Já haviam se passado 10 anos desde a última vez que a vira
 Seus olhos ainda vasculhavam a madeira à sua frente
 -pausa-
 Ela encontrou o que procurava
 Com a pontinha dos dedos ela puxou um pequeno papel de um dos buraquinhos e o abriu
 Puxou um lápis de madeira dos cabelos, fazendo algumas mechas lhe esconderem o rosto
 Escreveu
 Um número: Mil quinhentos e vinte e oito
 Quando levantou os olhos para a porta, deixou que uma última e única lágrima caisse sobre o papelzinho já dobrado
 Então, ela o desdobrou novamente e, embaixo daquele nome masculino, riscou o número que acabara de escrever e o substituiu:


 -1529-

A respeito dos dados...

A vida não é sempre um jogo de dados
Eu já joguei os meus
-SORTE-
É como precisar tirar o número UM jogando dois dados e um deles rolar tabuleiro abaixo e cair num poço sem fundo, deixando apenas uma bolinha solitária pintada na face do outro.
-SORTE, SORTE, SORTE-
Eu encontrei o único dado que poderia completar o jogo
E eu não preciso de mais nenhum.
Nenhum dado, nenhum número, nenhuma outra face.
O jogo continua rolando...
Mas eu já joguei os dados.
E eu suspeito não precisar jogá-los nunca mais.

A respeito dos laços...

Laços surgem quando menos esperamos...
ONDE menos esperamos...
São como fogos de um ano novo que ainda não veio.
E só esperam ser vistos.
Nem sempre os vemos...
Outras vezes vemos além: Fogos que explodem em multicor, onde ainda só existem fagulhas.
Cada laço é feito com os maiores carinho e dedicação que podem existir!
Desamarrotamos cada pedacinho e pintamos com a cor que nos parece adequada -Ou de cor nenhuma.
A maior parte deles é verde.
Não por não estarem suficientmente maduros, mas por serem iguais em sua essência.
-Verde á a cor dos meus pensamentos!-
Alguns são roxos-Cor diretamente oposta ao verde- São especiais esses!
Mas apenas um é vermelho...
Tão vermelho quanto a maçã a que Branca de Neve foi incapaz de resistir!
Laços são feitos por duas partes...
Fica faltando um pedaço de nós quando se perdem, se desfazem ou desbotam.
Pinto meus laços com as cores mais puras...
Nem todos enxergam!
Alguns deveriam vê-los multicoloridos...
Mas continuam achando que são simples laços verdes...

Carteiro tem carta?

O amor parece não passar de um sentimento que agente acha que tem
Quando nenhuma palavra mais consegue definir a intensidade de nosso afeto.
Adoração... É uma palavra tão forte, pesada.
Perdeu o significado diante do amor.
E se o amor fosse uma outra palavra qualquer como...maçã.
Com o tempo as pessoas iriam querer demonstrar mais maçã
E ao final teriam uma salada de frutas completa.
"Muito","Pra sempre","Mais que tudo" servem apenas para tentar demonstram um sentimento crescente
Que não pode ser amor.
Amor não se mede!
Ele vai surgindo devagar...
Como quem não quer nada e se alastra como praga em milharal.
...Praga em milharal...
Jeito bobo de falar do amor!
"O amor não cresce!É amor e pronto" -diria o outro
Mas o que o amor diria disso?
-Bem poucos me conhecem, surjo apenas quando me alimentam.
Ou
-Isso não é amor...É só um sentimentozinho bobo que nem nome tem.
Ou ainda
-Não me rotule!Eu não exi[s]to.
O amor parece não passar de um sentimento que agente acha que tem
Quando nenhuma palavra mais consegue definir a intensidade de nosso afeto.

Eu te amo, dizia o carteiro.
Salada mista,respondia a menina.

Do tempo I

-Nossa!Já se passaram 7 horas!
-É.Quando estamos juntos é como se o tempo parasse…
-Parasse? Parasse como?
-Como se ele deixasse de passar
-Mas o tempo não passa.Ele sequer existe.É pura convenção dos homens!
-Eu sei, mas quando estamos juntos é como se nada estivesse convencionado, como se nada mais existisse.
-Nem nós?
-Não.Nós sempre existimos. Você e eu.
-Mas se nós existimos, o tempo precisa passar.
-Precisa?
-Duas pessoas criadas num mundo de tempo, ele corre.Voa.
-É. Eu sei. Eu só quis dizer que quando estamos juntos é como se nada mais existisse. Nem o tempo.
-Mas ele existe. Assim como existimos você e eu no mundo. Um mundo só nosso.
-Mas se é um mundo só meu e seu, por que o tempo precisa existir?
-Porque fomos criados assim.
-Mas no mundo que criamos não precisa ser.Ele é Só meu e seu.
-E o tempo não existe num mundo só seu e meu?
-Nem o tempo. Nem as outras pessoas. Nem nada.
-Nada?
-Nada.
-Nem nós?
-Não.Nós sempre existimos. Você e eu.
-Só?
-O mundo todo é só você e eu.
-Mas e o tempo?
-O tempo não existe também.
-Mas eu não queria que o relógio parasse.
-[…]
-[…]
-Mas ele não pára. O ponteiro dos segundos vai girar sempre, enquanto os outros dois sempre estarão juntinhos marcando 8:40.
-8:40?
-Sim. Infinitamente.
[…]
-Nossa!Já se passaram 8 horas!

Da Fu

Olho em volta..
-Ninguém...

Busco solução...
-Nada!

Procuro.
-Apenas penúmbra...

Às vezes 
Nos vemos diante do desilusão...
Do enfraquecimento...
Do desgaste do sonho...
Da desistência mútua....

Às vezes nos sentimos sós
Em meio à multidão...
E ainda que seja uma frase clichê
Nenhuma define melhor
A solidão que assola os milhões de passantes...

Os sonhos distintos...
A rivalidade freqüente...
Crescente...
Latente...
Inutilmente 
Caminham lado a lado...
Os penasmentos difusos....
Confusos...
Obtusos [???]

Em meio a tantos que se cruzam...
Sem nem se dar bom dia...
Cruzam-se os nossos pensamentos...
Num misto de ingenuidade e confiança
Confiança?Por quê?

-Se foram nossas mentes que se cruzaram
Enão nós...
Não somos apenas passantes 
Que se cruzam e soriem-se por imaginar quão melhor se é.
Os pensamentos se difundem..como num jogral 
Previamente ensaiado.

A confiança vem com o tempo...
Sabe?
Aquele mesmo que não esperou para saber se nossos
Pensamentos queriam se cruzar...
Que diferença faria se não quisessem?
O tempo não esperou para saber...
E não esperarei para confiar...

A compreensão vem com o tempo...
Mas ela não esperou o tempo chegar...

De Fadas

Cansei das fotos 
Cansei dos sorrisos 
Detestei a face 
Cansei do dia 
Cansei da noite 
Cansei dos "amigos" 
Cansei de ilusões.. 
Cansei de alegria 
Cansei dos sonhos 
Cansei da realidade 
Cansei dos amores 
Cansei de escorpioninos 
Cansei de sagitarianos 
Cansei de librianos, aquarianos e piscianos.. 
Cansei de dragões 
Cansei de duendes.. 
Cansei de Soussure..de Greimas.. 
Cansei da vida, da morte, da não morte...não vida 
Cansei de contradições..complementos.. 
Cansei de contrastes 
Cansei de preto e branco 
Cansei de colorido 
Cansei de flores, de abelhas e mel.. 
Cansei de provas, pessoas e livros.. 
Cansei da mitologia... 

Mas ainda acredito em fadas....

Da Lua

Enquanto a Lua sorrir 
[Ela, que vê de camarote todas as desgraças] 
Ainda teremos nós, meros mortais, motivos para também sorrir... 

A Lua viu Pandora abrir a caixa... 

E nãopôde fazer nada... 
Nós ainda podemos fazer algo...

Entre Aspas II

[MULAN I]
"Talvez eu só quisesse provar que eu posso fazer coisas certas... 
Pra poder olhar no espelho e ver alguém que valesse a pena... 
Esse foi o meu mal.
Não vejo nada! "


[MULAN II]
"Por mais que o vento sopre, a montanha nunca se curva diante dele"

Do silêncio

Um dia as pessoas se esquecerão das palavras...

Elas já estão diminuindo pouco a pouco,
Encurtando, desesticando, sendo decaptadas.
As palavras costumavam se perder no caminho da mente à boca, da boca à mão e da mão ao papel.
Mas elas chegavam.
Ultimamente se perdem antes mesmo de chegar ao pensamento!
Correm nas veias atravessando todos os sinais fechados,
Percorrendo o corpo todo antes mesmo que a mente seja capaz de lê-las;
Atordoando quem as procura
E sempre há alguém que procura, caça sinônimos, letras...
Quando elas simplesmente transbordam dos olhos e encharcam a compreensão alheia.
Nem sempre as palavras são necessárias
E cada vez menos.

Cala-te boca que o silêncio te faz inocente...

Entre Aspas I

"Não odeia isso?
- O quê?
- Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices para nos sentirmos bem?… É assim que sabe que encontrou alguém especial. Quando pode calar a boca um minuto e sentir-se à vontade em silêncio."
[pulp fiction]


Da realidade IV

Eu paro e penso:
“Nunca vai ficar melhor.”
(…)
-SEMPRE fica!-

Acróstico V

Faz algum tempo que usamos as palavras 
Em sentidos trocados, faz tempo que as
Linguas não querem dizer exatamente 
Isso que dizemos.Faz tempo.E é
Como se finalmente percebessemos que a
Imaginação não é só aquilo que nos
Diziam impossível, que ela pode acontecer no
Amanhã, no hoje.No sempre.É como gostar de,
De repente, perceber o real significado
Escondido numa palavra que sempre se usou.

Acróstico IV

Mas os seus olhos sempre se cruzavam e 
A imaginação dela voava longe...Enquanto a 
Mente dele já vivia nos ares.E era nessa
Ilusão em que seus pensamentos se encontravam.
Havia momentos em que um deles separava os
Lábios, e os unia.Sem encontrar as palavras.
As cores do mundo pareciam surgir e fazer com que
Preto e branco se perdessem com o brilho
Indiscutível de seus olhares. Eles
Nada faziam...Ainda assim era como se 
A felicidade nunca houvesse existido em outros
Tempo e espaço que não fossem esses em que
Ambos viviam. Suas bocas jamais se tocaram, uma
Pele nunca se eriçou com o toque da outra,
E suas almas nunca sentiram, de seus corpos, o toque 
Inebriante.E jamais sentiriam.

Acróstico III

Indiscutivelmente o meu pedaço de universo é
No teu corpo.Eu sempre adoro ver a Lua brilhar.
Ficar sorrindo pra ela…E eu gosto de  
Imaginar que o sorriso dela é só meu, que ele
Nunca será roubado de mim. O seu brilho
Ilumina cada parte do meu corpo, que só parece 
Ter razão de existir quando sorri.Vai ser assim por todo 
O tempo que a nota tocar.Sempre. Infinitamente.

Acróstico II

Imagino-me acordar um dia pela
Manhã e não encontrar nenhuma das
Pessoas das quais preciso.Procurá-las por
Onde sempre caminhamos juntas e não ser
Reconhecida por nenhum olhar… Não 
Ter, a ninguém,  a perenidade do
Âmbar. Imagino-me acordando perdida
Num mundo que nunca criei, 
Cercada de sonhos que nunca sonhei.Sem
Importância alguma.A ninguém.Preciso 
Acordar!!!

De chaves

Meu coração não tem portas reservadas…
São apenas portas de uma chave só.
Uma vez conquistada a chave, ela será eternamente de seu conquistador.
Alguns as quebram, ou as perdem pelo caminho, deixando a porta isolada, trancada.
Outros, as transformam, fazendo delas fechaduras ópticas que fazem com que a porta se abra com um simples olhar…
E aqueles que realmente fazem o coração bater, nunca as deixam trancar…

Acróstico I

Entardece na cidade vazia…Não há ninguém que possa ver
Como o Sol cai no horizonte, ninguém que consiga ver a
Lua tímida nascer, ninguém cheira a seca terra molhada na
Ingreme montanha plana, ninguém prova a derretida neve
Perene.Ninguém há. Nada é. Onde o tempo não tem sentido,
Sol e Lua morrem e nascem.Astros em si, apenas se bastam
E se fundem sem plateia…

Alquimia

Da cor da terra eram seus olhos
Com brilho de orvalho e frescor da manhã
Germinam a planta da nossa saudade
Com tantas sementes quanto uma romã
.
Água salgada rega meus olhos
Dando adubo à planta crescente
Desenvolvendo-a pra perto dos deuses
-Ou talvez sejam eles que estão decadentes-
.
Como o ar me são os seus olhos
Quando me fitam bem devagar
Me levam longe, num mundo de sonhos
Alterando todo o meu respirar
.
Como o fogo faíscam meus olhos
Quando te vêmm ou penso em ti
Deixam meu corpo em puro inferno
Oposto aos deuses, sem mover-me daqui
.
Juntemos os olhos no mundo real
Deixemos fluir nossas fantasias
Criando a Pedra Filosofal
Em nossos corpos a pura alquimia

Do amor I

Meu amor por você é o incêndio nas folhas secas:
Aumenta a cada sopro do tempo!