quinta-feira, 24 de junho de 2010

Enquanto se piscam os olhos

 E quando olha para o lado,
 Não há mais nada.
 Percebe que talvez o piscar de olhos tenha sido longo demais.
 Por alguns momentos perde todo o contato com o mundo.
 O tempo que passou lutando parece desperdiçado.
 Cada um de seus desejos parece ter sido ignorado por aquele-que-atende-pedidos.
 E quando olha para o lado, se vê sozinha.
 Vazia.
 Como se cada um dos segundos que viveu antes nunca tivesse passado de um sonho bom que esqueceu que ainda era dia.
 Então levanta a cabeça para o céu e pede a uma estrela qualquer, para que ela caia e lhe conceda um desejo.
 Quando a estrela começa a despencar, percebe o egoísmo do pedido anterior e, olhando sua queda, deseja que ela possa voltar ao seu lugar firme no céu.
 Ela volta.
 A garota se pergunta o porquê de, na única vez em que o desejo seria realizado, ele ter sido feito para outro.
 Talvez seja essa a resposta.
 O outro.
 Talvez seu próximo pedido não devesse ser para recuperar tudo que se perde enquanto seus olhos piscam, mas para que esse "tudo" estivesse bem, e se despedisse antes de partir.
 Seriam dois desejos.
 Eram desejos demais para uma única garota.

 Uma estrela cadente começo a passar e ela desejou.
 Desejou nunca mais piscar.

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