sábado, 8 de outubro de 2011

Do Amor

Quando se fecham os olhos e se beijam os lábios, todas as palavras não ditas parecem recém faladas...
Mas quando se fecham os lábios e se beijam os olhos, todas as palavras já ditas parecem desperdiçadas!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

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Olá, Estranha...
Desde quando passou a utilizar esse olhos que não são seus e permitiu que as cores erradas migrassem para seu  peito?

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ao Inquilino Indesejado

Sorocaba, 12 de maio de 2011

      Ao Senhor Locatário

 Eu, locador do imóvel situado à Região Vesicular, logo abaixo da Última Costela à Direita, comunico minha intenção de retomar o imóvel, requerendo sua desocupação no prazo de 15 (quinze) dias; por motivos de não cumprimento contratual e perturbação da ordem, referindo frequentes reclamações de danos ao imóvel gerando dores lacinantes ao locador.

 Caso o inquilino não deixe o imóvel dentro do prazo estipulado, serão tomadas providências imediatas, contando com a colaboração de profissionais gabaritados para iniciar e efetivar a ação de despejo.

 Com a certeza de sua Colaboração


quarta-feira, 30 de março de 2011

Flávio Rodrigues

Se saudade fosse doença, eu que percebesse os sintomas no peito, tomando do cérebro a razão, me fazendo perder noites de sono e me desidratando em lágrimas
Se saudade fosse doença, eu que ficasse acamada por dias, deixando a febre ferver e o tempo curar...
Se saudade fosse doença, eu que procurasse um médico, especialista na dor, que me fizesse um receituário, e se não desse jeito, eu que procurasse outras formas de cura
Se saudade fosse doença e eu estivesse desenganada, eu que tivesse a coragem de morrer.

E quando os sintomas começam a aparecer, eu juro estar me sentindo febril, fico por algum tempo de cama e quase procuro um médico...
Mas espero.
Dizem que o tempo é a cura de todos os males, mas quanto mais o tempo passa, mais sintomas eu sinto...
De repente não consigo dormir quando a noite chega e as lágrimas me escapam na mesma proporção de tempo em que me embebedei...
E a única cura é você, você que me fere à distância...
E me fere a distância que não deixa te ouvir
Talvez eu preferisse o fim, estando agora, desenganada, prestes a dar o meu último suspiro com toda coragem de meu peito
E estaria...
Se saudade fosse doença...

domingo, 27 de março de 2011

Da diferença

Ele jamais entenderia o poder das palavras dela
Ela jamais perceberia que nunca foi isso que ele quis
Ele não conseguia se decidir
Ela tinha certeza de sua escolha
Ele a confundia com tantas outras
Ela não enxergava mais ninguém
Ele a olhava com carinho
Ela o olhava com paixão
Ele a beijava por prazer
Ela o beijava porque era o único gosto que queria em sua boca
Ele se despediria em breve
Ela sempre estaria com ele em pensamentos
Ele a esqueceria em horas
Ela o levaria a cada pulsar...

terça-feira, 22 de março de 2011

Entre Aspas XIX

[CLARICE LISPECTOR I]
"Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:E daí? EU ADORO VOAR!",

[CLARICE LISPECTOR II]
"Sonhe com aquilo que você quer ser,

porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas."

[CLARICE LISPECTOR III]
"Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir."

[CLARICE LISPECTOR IV]
"É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?"


[CLARICE LISPECTOR V]
"Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De verogonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.E as pessoas que tomavam sorvete? Agora, o que eu queria saber com autocrueldade era o seguinte: temera que os outros me vissem ou que os outros não me vissem? O fato é que, quando atravessei a rua, o que teria sido piedade já se estrangulara sob outros sentimentos. E, agora sozinha, meus pensamentos voltaram lentamente a ser os anteriores, só que inúteis."


[CLARICE LISPECTOR VI]
"Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.

Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa."

Entre Aspas XVIII

[EFEITO BORBOLETA I]
“Algo tão pequeno como o vôo de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo.”
 
[EFEITO BORBOLETA II]
“Se eu entender como funciona a memória de uma minhoca, isso me ajudaria a entender a complexidade do cérebro humano”.

[EFEITO BORBOLETA III]

"Adiantaria alguma coisa se eu te dissesse que ninguém no mundo pode amar tanto alguém como eu te amo?"

[EFEITO BORBOLETA IV]
"Eu so queria te dizer que um dia você já foi feliz... comigo!"

[EFEITO BORBOLETA V]
"-Já te perdi uma vez, não quer te perder denovo

-Você nunca me perdeu"

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Do caminho

-E então?
-O que?
-Pra onde vai agora?
-Não sei.
-Não sabe?
-Não
-Mas você precisa...
-Que você caminhe a meu lado!
-Não.
-Não?
-Você precisa saber pra onde vai
-Por que?
-Pra que ir se não sabe pra onde?
-Quando chegarmos, saberemos
-O que?
-Saberemos para onde estávamos indo
-Mas aí não estaremos mais indo, já teremos chegado
-Sim.
-Onde?
-Precisamos decidir agora?
-É claro.
-Não podemos simplesmente caminhar?
-Para onde?
-Nós saberemos
-Quando?
-Quando chegarmos lá
-E se não pudermos chegar juntos?
-Aí nós saberemos.
-O que?
-Que não estamos indo ao lugar certo.