domingo, 30 de maio de 2010

Da luz...

[ELA]

 Os dias passavam e a escuridão tomava conta de cada cômodo
 Todas as coisas tinham o cheiro dele
 Todos os cheiros que não eram dele, faziam lembrá-lo de alguma forma
 A luz do Sol entrando pela persiana fechada lembrava o brilho que o olhar dele trazia
 Era melhor a escuridão
 Era melhor o cheiro de mofo que aos poucos empesteava o lugar
 Aquela ainda era a mesma casa
 Aquelas ainda eram as mesmas paredes, os mesmos móveis
 Resolveu esconder-se em seus pensamentos
 Mas ela ainda era a MESMA “ELA”
 E aqueles ainda eram seus pensamentos
 E ele ainda estava mais presente nas lembranças dela que em sua vida
 Ela achou que ele não voltaria
 Já não achava sequer que sorrisse quando se encontrassem
 E pra dizer a verdade, nem imaginava que de fato se encontrassem novamente
 Mas no fundo ainda desejava aquele sorriso
 Viveu de esperanças escondidas atrás de um falso semblante
 Um dia ele mandou um sinal

[ELE]

 Os dias passavam e a sala parecia vazia
 O cheiro dela não saía da sua pele
 Quando ele tentava esquecê-la, seu perfume lhe voltava à mente e lá estava ela novamente
 Talvez fosse melhor encontrar outras pessoas
 Nenhuma teria o sorriso dela
 O verdadeiro sorriso,que ele sabia, apenas ele lhe arrancava
 Ele esperava aquele sorriso quando se encontrassem
 Imaginava que jamais se encontrariam, ela não abria mais as janelas
 Ele não entendia
 Gostava de lembrar do brilho que o olhar dela luzia
 Provavelmente ela não correspondia
 Jurou para si mesmo que não sentiria a falta dela
 Ele sentiu.
 Durante a madrugada, antes da luz do Sol, mandou-lhe um sinal e esperou
.

 Chegou a hora de abrir as janelas!

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