domingo, 12 de setembro de 2010

Do frio I

Sentada na velha escadaria da já conhecida praça, observo:
Ternos apagados pregam sua apagada crença
Bancos se tronam cada vez mais vazios
Observo, na já conhecida escadaria da velha praça, sentada:
O sino chora oito grandes lágrimas de ferro
Os ponteiros se arrastam pelos números de cobre antigo
Na praça da escadaria velha, observo, já conhecida sentada:
As pessoas abraçadas, movem-se em passadas rápidas
As árvores, agora nuas, balançam no ritmo do vento
Da escadaria, velha conhecida, já observo na praça, sentada:
Memórias de chuvas longínquas
Calor de abraço distante
Já velha, na conhecida escadaria da praça, observo sentada:
Olhos que nunca foram seus
Beijos que jamais serão meus...

E de repente, faz tanto frio...

Um comentário:

  1. adorei.
    mostrou a ausência, e a solidão de não ter e a tristeza do frio.
    :)

    ResponderExcluir